Novas diretrizes para formação e avaliação de professores

Prezados Professores, Avaliadores e Estudantes de Iyengar Yoga,

Em abril de 2023 a ABIY, assim como todas as associações de Iyengar Yoga ao redor do mundo, recebeu uma comunicação do RIMYI incluindo um pedido para que compartilhássemos as perguntas que o RIMYI recebeu sobre o processo de avaliação de professores, se estamos ou não avaliando no novo formato delineado por RIMYI, sobre a prevalência de cursos de formação de professores (CFPs) e como está indo a mentoria, bem como as respostas dadas pelo RIMYI para essas questões.

No entanto, antes de qualquer outra comunicação a esse respeito, gostaríamos de chamar atenção mais uma vez para o debate em torno do CFP e da mentoria. Leia novamente a Nota 2, nas páginas 45/49 das Diretrizes de Certificação e Avaliação que foi compartilhado em julho de 2020 e, depois,

“Nota 2

Professores, Mentores e Cursos de Formação de Professores.

Existe um mito firmemente estabelecido no sentido de que “um professor é feito”.

A extrapolação disto estabelece que “qualquer estudante pode ser treinado para se tornar um professor”. Isto é verdade?

A resposta para essa questão pode ser diferente, variando desde “definitivamente sim”, “provavelmente” até “talvez não”.

Não existe uma resposta correta considerando que o contexto dos detalhes varia de lugar para lugar.

Em vez de ficarmos emaranhados na rede de respostas, vamos focar no cerne da questão e parafrasear a pergunta “o desejo de ensinar a outra pessoa é um desejo voluntário?”

À primeira vista a resposta parece ser direta e simples: “Sim, é um desejo voluntário”. Mas quando se investiga profundamente, outras facetas mais sutis da questão se tornam aparentes e a resposta inicial soa ingênua.

Sob um olhar metafórico, assim como as sementes germinam e os botões desabrocham, o estudante amadurece e a partir do seu interior surge a necessidade de compartilhar conhecimento. Ninguém precisa comandar ou instrui-lo a fazer dessa forma nem tampouco é uma decisão consciente, é simplesmente uma progressão natural.

Esse “desejo de compartilhar” é o primeiro candeeiro na viagem para se tornar um professor.

O processo de aprendizado transforma o estudante em um professor. É uma evolução interna que ocorre de maneira gradual e suave. Nenhum momento singular dessa viagem pode ser apontado como “o momento da transformação”.

As palavras de Maharshi Patañjali “jatyantara parinama” – o processo de evolução de uma espécie para outra claramente define essa transformação.

Desnecessário dizer que a arte de ensinar não será nunca uma profissão em que uma pessoa pode ser treinada ou um conjunto de habilidades que uma pessoa pode adquirir. Tampouco ensinar é uma obrigação.”

Guruji dizia: “Ensinar é compromisso, é uma responsabilidade, um processo de passsar adiante com gratidão, a informação, o conhecimento e a sabedoria adquiridos de seu guru e do tema do yoga“.

Sob essa ótica, vamos analisar a história dos professores de Iyengar Yoga.

Guruji, em 1960, observou ‘o desejo de compartilhar conhecimento’ em alguns de seus estudantes. Ele pediu para levarem o tema a seus países de origem. Eles foram o “primeiro lote de professores de Iyengar Yoga”.

Mais tarde, alguns estudantes, pediram permissão para ensinar. Guruji a concedeu já que eles tinham sido treinados diretamente por ele durante muitos anos. Ele confiava nas habilidades deles para disseminar a mensagem do yoga na sua forma mais pura.

Com o passar do tempo, o interesse pelo yoga cresceu vertiginosamente. Estudantes de todas as partes do mundo começaram a aparecer. A necessidade por professores devidamente treinados aumentava rapidamente.

Tendo em vista as limitações de tempo e comunicação, Guruji aconselhou aos seus estudantes sêniores e aos denominados professores naquele momento a avaliar quem tivesse a habilidade e o desejo de ensinar.

A partir daquele momento começou a existir o processo de avaliação. Para ajudar os avaliadores, Guruji desenhou e documentou uma estrutura formal. De vez em quando, e sempre que necessário, Guruji ajustava esta estrutura e com o tempo, formulou um detalhado “processo de treinamento e avaliação de professores” que era parte da Constituição de Puna.

Nosso novo processo de avaliação tem suas raízes naquele documento.

Hoje em dia o interesse de se tornar um professor de yoga parece estar em voga. O Instituto está saturado por essas questões. Os seguintes questionamentos têm surgido:

Por que existem tantas pessoas interessadas em ensinar yoga em vez de estudar o assunto?

Por que elas têm tanta pressa em se estabelecer como “professores de yoga”?

Estão eles interessados principalmente nos benefícios fenomênicos do yoga, como boa saúde, vida decente, respeito pela sociedade, oportunidade de viajar por todo o mundo?

Ou, existe um zelo ardente de seguir no caminho da autorrealização que é o objetivo final do yoga?

Como era de se esperar, as respostas não são simples.

Quando nós investigamos mais fundo, confusões ético-morais começam a vir à tona. A fim de esclarecê-las, precisamos examinar as premissas básicas.

Qual é o propósito, contexto e foco por trás do desejo de se tornar um professor de yoga?

Maharshi Patañjali no quarto capítulo dos Yoga Sutras menciona hetu phala āśraya ālambanaiḥ[1], propósito, fruto da ação, contexto e fundamento. Ele nos instrui a examinar esses aspectos escondidos em qualquer ação.

Sob essa perspectiva, se nós examinarmos o desejo de se tornar um professor de yoga, em primeiro lugar a questão genuína mais importante que deve surgir é como pode uma pessoa, antes mesmo de aprender a matéria, saber de antemão que ela ou ele deseja ensiná-la?

Não seria necessário verificar se ela ou ele possuem interesse no assunto, sem mesmo se preocupar se está equipada para fazê-lo? Ou será que os benefícios materiais adulteram o propósito?

Guruji afirmava categoricamente: “Uma pessoa que não tenha aprendido a matéria minuciosamente não pode ensinar. Se uma pessoa experimentar fazê-lo, ele ou ela irá causar dano, à sociedade, à matéria e a si próprio”.

Suas palavras nos guiam como um farol.

O único ponto aberto à discussão nessa afirmação de Guruji diz respeito a como quantificar a palavra “minuciosamente”.

O conselho de Guruji é que seis anos é um tempo justo para que uma pessoa possa aprender as habilidades necessárias para se tornar um professor de yoga e isto tem resistido ao teste do tempo.

Vamos conhecer os pensamentos dele sobre o processo de se tornar um professor e observar como ele o fez.

Guruji aprendeu sob a tutela do seu guru por dois anos e foi enviado a Puna para ensinar. Quando ele começou a lecionar, ele tinha uma dupla responsabilidade, primeiro como praticante e segundo como “professor forçado”.

Ele respeitou ambas. Olhando para trás agora, parece ter sido uma benção disfarçada!

Baseando-se na sua própria prática, Guruji foi capaz de definir e desenhar diferentes níveis, configurar diferentes programas conforme o que esta viagem necessita e com a necessidade de fixar instruções precisas. Todas essas coisas estão refletidas na sua primeira obra-prima, Luz sobre o Yoga.

Agora os tempos mudaram assim como mudaram as formas de comunicação. Em paralelo a isso, nós temos o trabalho de Guruji como ponto de referência.

Nesse novo sistema, nem temos a intenção de propor nenhuma mudança no processo interno de aprendizagem, nem aludimos que uma prática sincera e ardente com devoção e zelo não seja necessária. Nós não nos desviamos de nenhum ensinamento de Guruji. Nós estamos apenas tentando aliviar o sistema tirando vantagens do que nós possuímos.

Tenham certeza que a proposta de um novo sistema de avaliação é feita para que o aprendizado e ensino do Yoga se tornem contemporâneos, mais objetivos e simples. Contudo tem suas raízes nos ensinamentos de Guruji e na Constituição de Puna.

Em Iyengar Yoga, o termo “CTFP – Curso de Treinamento/Formação de Professores” adquiriu popularidade. Não porque todas as pessoas gostem ou adorem isso, mas porque o conceito é popular, isso é uma realidade.

Vamos nos concentrar no formato atual do CTFP.

Refinamento no conjunto de habilidades para equipar o “professor em treinamento” é o “afirmado” propósito do CTFP.

Com esse contexto:

– Cada professor formador deve se fazer a seguinte pergunta moral: O propósito está sendo alcançado?

– Cada professor em formação deve ser fazer a seguinte pergunta lógica: O propósito está sendo alcançado?

Será que a sensitividade e complexidade dos ensinamentos de Guruji estão sendo compartilhados e passados adiante para a nova geração de professores? Ou, será que o CTFP se tornou um modelo preestabelecido, onde há uma coleção de pessoas a quem foi entregue um manual com instruções sobre cada asana para que eles/elas possam aprovar a avaliação? Terá se tornado um evento que gera um estresse imenso? Será que é tão vital ao ponto de ser capaz de construir ou destruir a carreira de qualquer pessoa como professor de Iyengar Yoga?

A primeira resposta em negação seria algo em termos de: “O formato é irreal, super túrgido e tendencioso.”

Todas as pessoas, quando questionadas pessoalmente, aparecerão com suas respostas “corretas”.

“Outros podem estar fazendo isso, mas não eu” tem sido o retorno que recebemos de tempos em tempos repetidamente. Infelizmente, os boatos falam uma língua diferente. Será que estamos esquivando a realidade?

Todos nós precisamos nos submeter ao escrutínio da nossa própria consciência e dar resposta a essas preocupações honestamente.

Nós sabemos que “professores em formação” são uma entidade para “manipular com cuidado”. Algum tempo atrás todos nós estivemos nessa situação.

Professores em maturação são agitados e ansiosos, entusiasmados e pasmados, abruptos e ousados, simultaneamente. É responsabilidade de um professor ou mentor construir uma atmosfera aconchegante e acolhedora na qual os novatos possam florescer e se sentir em casa.

O CTFP deve ser um exercício para criar gentileza, cordialidade e confiança para assim impregnar os “professores em formação” com amor e alegria pelo nosso sistema.

Precisão, permanência e sequenciamento não são apenas os pilares dos asanas, eles são o estímulo para o refinamento no processo de compreensão do yoga.

Isso pode parecer um trabalho árduo para algumas pessoas, para outras, pode ser apenas uma afinação sutil no pensamento.

Naturalmente, um programa com estrutura pré-definida para um CTFP não é um conceito apropriado.

Para elevar o CTFP de um mero “instruções e simpósio de pontos adicionados”, o professor formador precisa se graduar para o nível de mentor.

Quem é um mentor?

O Dicionário Oxford estabelece: “Mentor é uma pessoa experiente em uma organização ou instituição que treina e aconselha novos empregados ou estudantes”.

A palavra deriva de Mentor, conselheiro de Telêmaco na Odisseia.

Em um contexto yógico, nós podemos atribuir um significado ainda maior para o termo.

Aquele que ensina é um professor, aquele que guia é um mentor e aquele que leva para o destino final é um guru.

Para um yoga sadhaka, mentor é um conselheiro sênior que já tenha trilhado o caminho, que conhece as nuances e complexidades dessa jornada, que fará com que o sadhaka se torne consciente delas e o ajudará a lidar com elas.

Se acontecer de ficarmos parados ou escorregar do caminho da sadhana, o mentor estará lá para o resgate e o apoio.

Metaforicamente, o guru mostra a luz, o mentor navega, o professor treina e o estudante (sadhaka) empreende a viagem.

Mentor é a ponte entre o guru e o professor. Mas não se trata de um nível hierárquico. Não se trata de um processo linear em que primeiro se torna um professor, depois um mentor e finalmente um guru. Mentoria possui uma responsabilidade específica. Responsabilidade de estender a mão para ajudar, acompanhando o sadhaka no caminho da sadhana e observando-o/a chegar ao destino. Mentor é um colega sênior, conselheiro e um amigo por excelência ao mesmo tempo.

O papel de um professor, mentor e guru podem se sobrepor ou podem permanecer diferenciados dependendo da necessidade da situação. Se o praticante for abençoado, ele/ela poderá encontrar uma pessoa exemplar nos três aspectos e que tem discriminação (viveka) para adotar o papel de cada um deles de acordo com a necessidade.

Um mentor nunca desencoraja ninguém. Um professor, sob a ótica de promover melhoria, pode ser rígido ou severo em relação às instruções que são dadas. Ele/ela pode exortar alguém com a intenção de extrair o melhor da pessoa. Um mentor não. Ele/ela deve reconhecer a realidade que está muito além do momento manifestado. Ele/ela entende e compreende o panorama real nos seus mínimos detalhes, mas ele/ela não pode desmoralizar ou desencorajar ninguém. O mentor deve estar preparado com uma solução. Em algumas ocasiões, o Guru pode não estar disponível, acessível para ele/ela ou o problema pode ser mundano; nessas situações o mentor é o real confidente e aliado do sadhaka no caminho da sadhana.

O mentor contribui com o sistema de valores do sadhaka e ajuda-o a se tornar um bom ser humano.

Maharshi Patañjali, ao falar sobre os frutos do yoga sadhana ou yoganganushthana, categoricamente afirma o conceito de ashudhhikshaya (eliminação das impurezas) e vivekakhyati (surgimento da discriminação). Eles são essenciais para alcançar o pináculo de ser um mentor. O Mentor é um amigo, um filósofo e uma guia para o yoga sadhaka[2].”

 

Por favor, note que mudar o nome do seu curso de “CFP” para “Mentoria” não é o caminho certo. Dois dias antes de seu falecimento, nossa querida Geetaji disse a todos nós, na comemoração do centenário, que é hora de buscarmos qualidade nos professores e não quantidade de professores. Solicito sua colaboração para realizar os desejos de nosso querido professor.

Com carinho,

Abhijata Iyengar

 

Como resultado das respostas às perguntas que a RIMYI fez a todas as associações em abril de 2023, Abhijata enviou essa última comunicação:

Perguntas Frequentes ao questionário do RIMYI sobre CFP e Mentoria, enviado a todas as associações em abril 2023, clique aqui para baixar:

1) Por que o RIMYI se opõe aos Cursos de Formação de Professores (CFPs)?

Por favor, leia a Nota 2 – “Professores, Mentores e CFP” na página 45 da Apostila das Diretrizes de Certificação e Avaliação do RIMYI que foi compartilhada com todas as associações, após a mudança proposta no sistema de certificação.

2) Como posso transmitir os aspectos teóricos que consegui fazer eficazmente na configuração do CFP?

Você pode reunir seus mentoreados (aprendizes) para abordar conceitos que pensa serem de natureza mais genérica.

3) É possível outros métodos participarem dos CFPs? OU Podem os Professores de Yoga Iyengar Certificados (PYIC) participar de CFPs de outros métodos?

A filosofia e a ciência do Yoga Iyengar são bastante singulares e não podem ser misturadas com outros métodos. Portanto, isso não pode ser aceito. Isso também está bem articulado no estatuto de cada associação.

4) É admissível que um professor de Yoga Iyengar organize CFPs com professores de outros métodos de yoga, também?

Em primeiro lugar, não aceitamos CFP como uma abordagem para treinar e certificar professores pelas razões expostas anteriormente. No entanto, alguns professores certificados solicitaram a permissão do RIMYI para apresentar o Yoga Iyengar em cursos conduzidos por outras escolas de yoga. RIMYI não fez nenhuma objeção a isso e concedeu permissão.

Porém, não podem ser conduzidas sessões de Yoga Iyengar nos cursos de formação ou treinamento de professores de outras escolas de yoga.

5) É possível para todos os centros com o nome Iyengar hospedar outras atividades (não outros métodos de yoga) e anunciá-los? O que significa “desde que os espaços sejam distintos”?

Os professores certificados de Yoga Iyengar podem ensinar em estúdios de yoga não denominados de “estúdios de Yoga Iyengar” ou em locais onde aulas (não necessariamente de yoga) são ministradas, desde que a aula de Yoga Iyengar seja ofertada separada e distintamente e não misturada com outras aulas/atividades. Reconhecemos o fato de que muitos professores certificados de Yoga Iyengar não podem arcar com os ônus de espaços para estúdios exclusivos e, por isso, podem ter que coabitar. No entanto, se as associações detectarem irregularidades nessa frente, devem evidenciá-las como fizeram no passado.

E os centros que possuam o nome “Iyengar” não devem realizar aulas de yoga de outras escolas ou misturar atividades (que não sejam yoga) com Yoga Iyengar. Existem diretrizes claras quanto a isso.

6) Encargos financeiros para os candidatos em decorrência do aumento da duração de uma avaliação.

O principal objetivo do novo processo de certificação é torná-lo o mais simples possível em sincronia com as realidades atuais, sem comprometer nem um pouco o método do Guruji. Então, haverá apenas quatro níveis em comparação com os treze do processo anterior. Portanto, a despesa total da Associação ou do aluno com as avaliações será muito menor.

7) Questões logísticas de encontrar locais para avaliação no final de semana.

Reconhecemos que isso pode ser um desafio para alguns de vocês, inicialmente. No entanto, com um pouco de criatividade, será que não podemos resolver esse problema? Tudo o que é necessário é um salão limpo para acomodar os membros envolvidos e uma maneira de gerenciar os acessórios. Pode ser um arranjo simples, temporário. Nossa comunidade sempre valoriza a amizade e as redes muito unidas, as quais permitem boas práticas, aprendizado e progresso no espírito yóguico de maitrī, isto é cordialidade. Isso pode ser útil para descobrir opções para avaliações em final de semana, sem impor muitos encargos financeiros.

Nossa comunidade é nossa maior força. Encontre uma maneira de alcançar a comunidade estudantil com essas questões e alguém pode estar disposto a nos ajudar.

Tenhamos sempre em mente que o ecossistema do Yoga Iyengar será o único a ganhar tremendamente se formos capazes de nutrir professores merecedores e apaixonados.

8) Diminuição do número de avaliadores

Todas as associações devem dedicar tempo e energia na criação de um grupo de avaliadores pronto para o futuro. Os mentores e/ou os professores de níveis superiores devem desempenhar um papel ativo nisso, sendo eles próprios avaliadores. Se precisamos de grandes professores, também precisamos de grandes avaliadores.

Devemos abrir isso para mais debates e explorar as boas práticas sobre isso ao redor do mundo do Yoga Iyengar.

9) Repetições

As repetições foram introduzidas principalmente para dar ao candidato a oportunidade de tentar melhorar algumas atividades por ele realizadas durante o período de avaliação. Os avaliadores devem ser justos na permissão das oportunidades de repetição, desde que sintam que o candidato está quase lá e não deveria ser feito esperar pelo próximo processo de avaliação.

Portanto, este processo de avaliação demonstra flexibilidade e reconhece que os candidatos podem ter um desempenho abaixo do esperado ou de sua capacidade usual devido ao nervosismo de serem avaliados, a ansiedade em obter a certificação, etc.

10) Por que avaliadores e avaliados devem praticar juntos?

A prática é a base fundamental do Yoga Iyengar. Professores e avaliadores devem ter isso como uma parte muito importante da vida diária. Isso é o que nos trouxe até onde estamos hoje. Nós, veteranos, devemos buscar participar em sessões de prática com aspirantes a professores. Participar de uma sessão de prática durante a avaliação é útil de várias maneiras. Por exemplo:

  • A prática é o único lugar no qual você e os avaliados se reúnem como colegas de viajem no caminho do yoga, sem hierarquia. Podemos nos reunir sem tais barreiras.
  • Isso deixa o aluno à vontade, porque é um terreno conhecido também pelo avaliado. A alegria de explorar os āsanas juntos colocará de lado a ansiedade com o desempenho. É nosso trabalho como veteranos estimular tal experiência.
  • É uma excelente oportunidade para observar o espírito da prática pessoal do avaliado.

É chocante que tenhamos recebido mesmo uma única pergunta sobre o motivo pelo qual essa parte da prova deveria afinal existir, isso também por parte dos avaliadores!

11) Pontuação sem tomar notas

Isso é algo com o que os avaliadores se acostumarão com o tempo.

Como você pode ver, o novo método de avaliação se afasta de um sistema rígido de pontuação para um sistema mais contextual e qualitativo. Quando Guruji estava ensinando aos avaliadores o que observar, ele o dividiu em vários aspectos, dando origem à pontuação. Agora, com a experiência, os avaliadores serão rápidos em observar a qualidade geral da apresentação e tomar a decisão apropriada. Não vamos mudar isso, posto estar numa direção positiva.

 

 

[1] IV.11 hetu phala āśraya ālambanaiḥ saṅgṛhītatvāt eṣām abhāve tad abhāvaḥ

As impressões e os desejos conectam-se entre si pela sua dependência à causa e efeito. Na ausência da última, a primeira também cessa seu funcionamento.

[2] II.28 yogāṅgānuṣṭhānāt aśuddhikṣaye jñānadīptiḥ āvivekakhyāteḥ

Por meio da prática dedicada dos vários aspectos do yoga as impurezas são destruídas e a coroa da sabedoria irradia gloriosamente.

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