SÉRIE: Educação em Yoga Online – Sessão 12

SÉRIE: EDUCAÇÃO EM YOGA on-line
por
Shri. Prashant Iyengar
12ª sessão, gravada em 15 de maio de 2020
Ramamani Iyengar Memorial Yoga Institute
Transcrição livre, traduzida por Bruna Paez, revisada por Katia Dacosta, ABIY.

Namaskar! Bem-vindo à nova sessão.

Em sessão anterior [sessão 10], falei um pouco sobre dhyāna e também sobre o processo de meditação. Na verdade, foi um enunciado para esta sessão. Hoje vamos buscar ter um entendimento mais formal sobre dhyāna, não somente informações.

 Meditação não é dhyāna

Basicamente, venho lhes dizendo que meditação não é dhyāna. E dhyāna não é meditação. O termo meditação não vem nos Yoga Sūtra-s ou na ciência do yoga. A palavra  que vem é dhyāna. E dhyāna deve ser mantido como dhyāna, deve ser considerado como um termo técnico e não deve ser  traduzido genericamente como meditação.

[Dhyāna é como um oceano e a meditação é um dos fenômenos do oceano]. Uma análise química da água mostrará que não há diferença entre a água coletada em um recipiente e a água do oceano. As propriedades serão as mesmas. No entanto, há uma grande diferença. Você nunca terá maré alta e maré baixa no seu recipiente. Você nunca terá um tsunami no seu recipiente. Por mais que você penetre nesse recipiente, você não encontrará nenhum esplendor… Já no oceano, há muito esplendor!

É por isso que o oceano é chamado de Ratnākara. Ratnā significa jóias, pedras preciosas, pérolas, diamantes… No oceano, você pode encontrar tudo isso. Na água do oceano, você pode sentir as ondas, você pode ver as ondas, as ondas da maré alta, as ondas da maré baixa, as bolhas, a espuma… Você não vai encontrar tudo isso na água que você recolhe num recipiente. Há uma grande diferença. Afinal, um recipiente é um recipiente.

No caso do oceano, as ondas são o oceano, são “oceáticas”… As bolhas, a espuma… Qualquer que seja o fenômeno na superfície do oceano, será tudo oceano. O oceano contém tudo isso. Mas tudo isso não contém o oceano. O oceano os contêm, mas eles não contêm o oceano. Eles são parte do oceano, mas não contêm o oceano. Da mesma forma, dhyāna é como o oceano. A meditação é um dos fenômenos no oceano. Um dos muitos, muitos, muitos fenômenos no oceano.          Portanto, nunca devemos igualar meditação com dhyāna. É um termo técnico que deve ser mantido como dhyāna. E, finalmente, eu diria, a meditação é apenas uma parte disso, tanto quanto um recipiente cheio de água é uma parte do oceano. O oceano tem água infinita e o recipiente tem uma quantidade de água finita. O mesmo pode ser dito de dhyāna e meditação.

No entendimento formal do assunto, não devemos nos aventurar a usar o termo meditação  para dhyāna por mera conveniência. Vimos que a meditação requer certo calibre, qualificação, merecimento… Esse não é o caso de dhyāna. Dhyāna é uma arquitetura aberta.

As várias conotações de dhyāna e como alcançar esse estado

Na outra sessão, eu dei o exemplo de como dhyāna também pode descrever a divindade pessoal. Dei o exemplo de Rāma rakṣā stotram, depois falei sobre Viṣṇu sahasranāma, depois Rudra Praśna, onde você obtém algo como dhyāna. Quando você abre o stavana [hinos de adoração] de qualquer divindade pessoal, invariavelmente obterá dhyāna. Eu disse que o segundo verso que cantamos na invocação à Patañjali é um dhyāna śloka, pois descreve Patañjali, sobre cuja figura é suposto fazermos dhyāna, ou o que você chama de meditação. A palavra dhyāna também vem aí.

No vernáculo, dhyāna vem também como uma advertência. Assim como no inglês temos a expressão “por favor, ouça com atenção; escute com atenção; escute cuidadosamente; atenção, por favor”, o mesmo acontece com a palavra dhyāna no vernáculo. Dhyāna se suno significa “escute cuidadosamente; escute atentamente; escute diligentemente; ouça com atenção”. Dhyāna também vem dessa forma

Falta-nos qualificação para ouvir algo com atenção, para ouvir algo atentamente? Todos nós somos mais ou menos qualificados. Não que todos sejam igualmente qualificados, mas, mais ou menos, somos todos qualificados para ouvir com atenção, escutar atentamente. Todos esses predicados também são expressos no vernáculo pela palavra dhyāna, como eu disse no exemplo em hindi “dhyāna se suno”.

Em inglês, nunca dizemos “ouça meditativamente”, porque nem todos têm essa qualificação — ir para a meditação e, depois, escutar. Mas dhyāna é um termo tão liberal, uma noção, uma ideia, um conceito tão liberal, que pode ser usado para conotar o ato de ouvir e pensar atentamente, diligentemente, advertidamente.

Dhyān purvak vichar. Aqui, significa que você precisa apenas de engajamento. Você deve abandonar todas as suas digressões. Você deve ter foco. Isso também é dhyāna. E isso não é meditação. A meditação não vem aí. Não é um termo liberal. Se você verificar o léxico, não é de modo algum um termo liberal… É um termo muito, muito conservador, diferentemente de dhyāna. Estou dizendo repetidamente que não devemos nos aventurar a traduzir dhyāna. Dhyāna tem inúmeras, inúmeras conotações e, como eu disse, é um termo liberal, possui uma arquitetura aberta.

Vimos que uma de suas conotações é ouvir advertidamente, atentamente, diligentemente, abandonando quaisquer digressões. Ou um processo de pensamento assim, na medida do possível, com algum foco. O foco será diferente de pessoa para pessoa, no entanto, todos podem ter um processo de pensamento com certo foco. Portanto, o processo de pensamento também pode ser uma forma de dhyāna. A palavra dhyāna é para isso. Vamos buscar entender as várias conotações de dhyāna. É um conceito, uma ideia, uma noção muito liberal.

Talvez eu tenha dito também que Patãnjali menciona dhyāna em três lugares. Isso acontece porque dhyāna tem três conotações diferentes. Veja, quando a mente está abaixo do normal, nós não estamos em nossas condições ideais porque a mente se encontra perturbada… Há preocupação, ansiedade, algum medo, ou, algumas vezes, estamos petrificados. É uma mente totalmente perturbada. A mente está em desordem… Quando a mente está em tal condição, você não pode estipular que alguém medite. Pelo contrário, você é aconselhado a ir para dhyāna e isso será realmente frutífero, porque a conotação de dhyāna difere aí.

Uma das muitas conotações de dhyāna tem a ver com a capacidade de elevar a mente bloqueada em um nível subnormal — uma mente desorganizada, desordenada, perturbada, atormentada em proporções anormais; quando você tenta estabilizar essa mente, quaisquer que sejam os meios que você aplique para estabilizá-la, restaurá-la ao plano normal, ao equilíbrio, todo esse esforço é dhyāna. Você não tem que ficar sentado quieto, firme, com os olhos fechados… Esse processo técnico será ineficaz se você estiver absolutamente devastado, petrificado ou num enorme tumulto, preocupação, tensão, estresse. No entanto, dhyāna virá.

Dhyāna pode ser até um pensamento. Às vezes, um pensamento pode pacificar sua mente, em maior ou menor medida. Isso não significa que se torne 100% restaurada, 100% estabilizada, mas a mente perturbada pode encontrar uma solução em um processo de pensamento.

Às vezes, falar com alguém também pode aliviar a sua mente. Ao falar com uma pessoa muito relacionada a você ou a uma pessoa de certo calibre ou radiação, que tem o poder de confortá-lo, a turbulência da mente é colocada de lado, mitigada, neutralizada, ou, às vezes, a mente até mesmo se recupera suficientemente do estado perturbado.

Dhyāna pode ser até mesmo um pensamento. Dhyāna pode ser o ato de ouvir. Às vezes, apenas ouvir a voz de alguém te conforta, porque você está tão ligado a essa pessoa que a mera voz dela irá confortá-lo. A voz, o tema da conversa, juntamente com a forma de comunicá-los  irão confortá-lo. Isso também é dhyāna, mas isso não é meditação.

Esse é um dos significados de dhyāna, no qual a mente se eleva de um estado desequilibrado, estado subnormal, estado incomum, em direção à normalidade, mesmo que parcialmente. Às vezes, até mesmo a lembrança de algo ou de alguém o confortará. Isso também é dhyāna, porque está elevando sua mente, removendo-a da lama na qual estava presa. Esse também é o significado de dhyāna. Pode ser o pensamento de uma pessoa sábia, pode ser a voz de uma pessoa com quem você tem um vínculo, ligação ou relacionamento especial. Apenas a voz dessa pessoa vai te elevar. Isso também é dhyāna. Você não meditou. Não houve nenhuma meditação, não houve “meditatividade”, mas mesmo assim você pôde se confortar.

Patãnjali menciona em seu segundo capítulo, depois de descrever os cinco kleśa-s (avidyā, asmitā, rāga, dveṣa, abhiniveśa), que os kleśa vṛtti-s não necessariamente nos atormentam, mas podem nos atormentar. Veremos isso quando realmente lidarmos com os kleśa-s.

Kleśa vṛtti-s são shadripu-s [os seis inimigos da mente]. Quando há um tipo de paixão incontrolável, luxúria, loucura, ira, delírio, obsessão… Quando algo é difícil de controlar, ficamos irritados e atormentados, como se houvesse um vulcão dentro de nós que nos consumisse… Esses são todos kleśa vṛtti-s: kāma, krodha, lobha, moha, mada, mātsarya.

  • Kāma significa desejo, paixão, luxúria;
  • Krodha significa ira, exasperação, fúria;
  • Lobha significa ganância, avareza;
  • Moha significa obsessão, delusão;
  • Mada significa orgulho, presunção e ciúme;
  • Mātsarya significa inveja, malí

Isso perturba a nossa própria mente e quando fora de proporção, nós mesmos somos incendiados… Nos tornamos explosivos. Quando esses kleśa vṛtti-s nos atormentam e se apoderam de nós, qualquer medida que tomarmos, [por exemplo], como um estudante do método Iyengar, podemos ir para Viparīta Karaṇi, podemos ir para Ardha Halāsana, Jānu Śīrṣāsana, talvez possamos nos pendurar nas cordas… Qualquer medida destinada a mitigar, atenuar e reduzir essas perturbações pode ser chamada de dhyāna. Esse é uma das formas de dhyāna mencionada por Patañjali [YS, II.11]:

 

dhyānaheyāḥ tadvṛttayaḥ
[As flutuações da consciência criadas por aflições grosseiras e sutis devem ser silenciadas através de dhyāna.]

 

Quando há uma batalha interna com os vṛtti-s, kleśa vṛtti-s, uma batalha ferrenha dentro de nós, quaisquer medidas que tomemos para pacificá-los são consideradas dhyāna, desde que sejam medidas justificáveis, defendidas pelo yoga, defendidas pela espiritualidade. Caso contrário, você poderia cavilar [argumentando] que aqueles que sofrem de vícios recorrem ao álcool ou a outros tipos de drogas alegando que isso pacifica sua mente. Isso não é um meio justificável, nem defendido no yoga. Quando você recorre às medidas defendidas pelo dharma, pelo adhyātma, pelo yoga, pela espiritualidade, isso também é chamado de dhyāna. Não haverá nem um pingo de meditação, “meditatividade”, ainda assim, será dhyāna.

Na tradição indiana, nossos pais e ancestrais nos ensinaram que se tivéssemos muito medo, como por exemplo, quando você é criança e passa ao lado de um cemitério ou crematório — o que pode petrificar até mesmo um adulto, éramos aconselhados a recitar o nome do supremo salvador RāmaRāma Rāma Rāma Rāma Rāma Rāma… Certos japa-s nos foram dados. Não estávamos indo para nenhum tipo formal de japa, nós apenas repetíamos: Rām Rām Rām Rām Rām Rām Rām… Rāmakrishna Hari Rāmakrishna Hari… Achyutananda Govinda Achyutananda Govinda Achyutananda Govinda… Hanuman Maruti… ou qualquer divindade pessoal que proporcionasse consolo à mente. O próprio japa [repetição] desse nāma é dhyāna, embora você não esteja adotando uma certa compostura… Você não está sentado com firmeza, reto, como descrito na Bhagavad Gītā [VI, 13]:

 

samaṁ kāya-śiro-grīvaṁ
dhārayann acalaṁ sthiraḥ
saṁprekṣya nāsikāgraṁ svaṁ
diśaś cā navalokayan

 

“Sente-se ereto, estável, firme, com a coluna, o pescoço e a cabeça retos. Feche os olhos e direcione o olhar para a ponta do nariz e observe como todas as digressões são deixadas de lado”.

 Esse śloka se refere a um tipo dhyāna. Esse tipo de dhyāna não pode vir enquanto você passa por um campo de cremação, quando está petrificado, com raiva, perturbado, irritado, confuso, com a mente devastada. Você é incapaz de se sentar ereto, estável etc. No entanto, isso é dhyāna.

Agora, a meditação se tornou uma moda… Dhyāna na forma de meditação se tornou uma moda. Por que a meditação é prescrita hoje? A meditação é prescrita em nossos tempos como ‘gerenciamento do estresse’. Os médicos também defendem que se deve buscar mudanças no estilo de vida, fazer yoga e meditação… Logo, meditação significa gerenciamento do estresse. E é por essa razão que o homem moderno desenvolve a ideia de que meditação é algo a ser praticado quando se está estressado. Porque, no mundo moderno, dhyāna só é prescrito para quem tem hipertensão, preocupação, ansiedade e transtornos decorrentes de condições mundanas… É por isso que recorremos à meditação.

Os sábios da tradição não exploravam a meditação porque estavam aborrecidos, atormentados, perturbados ou estressados e, ainda assim, a meditação estava lá. Eles, na verdade, pensavam em meditação e dhyāna como meios para [obter] jñāna. E hoje dhyāna vem como um meio de desestressar… O homem moderno interpreta que dhyāna é uma ferramenta para gerenciar o estresse. E temo que, no futuro, este possa vir a ser o significado de dhyāna e meditação…

O ponto é que toda a noção, conceito, ideia e processo de dhyāna foram concebidos pelos sábios da tradição. O princípio de dhyāna é elevar a mente do estado subnormal para o estado normal. Para isso, certas medidas aceitáveis foram qualificadas como dhyāna, embora não necessariamente você tenha que se sentar e fechar os olhos… Pode ser um processo de pensamento.

Outro significado de dhyāna é levar a mente de um plano normal para um degrau mais alto. Elevar a mente de um plano normal para um plano superior é também outro tipo de dhyāna, chamado citta parikarma [práticas de purificação para aquietar e estabilizar citta], que precede o tópico de samapātti[capacidade de citta de assumir a forma do objeto da meditação e se estabelecer nele], conforme mencionado no primeiro capítulo [dos Yoga Sūtra-s de Patañjali]. Dhyāna vem no aforismo [YS, I.39]:

 

yathābhimata dhyānāt vā

[Ou, por meditar (dhyāna) em qualquer objeto desejado que conduz à estabilidade da consciência].

 

Quando a mente está, digamos, “normal” e você quer levá-la a um plano superior, você pode recorrer a um processo de pensamento nobre. A mente ficará etérea. Um processo de pensamento divino, um processo de pensamento nobre, um processo de pensamento filosófico elevará a mente a um nível superior. Pode ser pensamento, memória ou até mesmo percepção e cognição.

Por exemplo, é como tirar férias em um lugar cercado de paisagens maravilhosas — cordilheiras, lagos e rios, árvores, florestas, bosques e tudo o mais… Não é que sua mente esteja perturbada. Sua mente está normal, talvez um pouco encantada, feliz. Mas quando você vê uma paisagem sublime, isso leva sua mente a um nível mais alto, isso sublima a mente. A mente está normal, e do normal, ela se torna mais etérea, mais sublime. A paisagem sublime torna a mente sublime.

Ouvir uma música agradável também pode elevar a mente. A mente se torna branda, sublime, etérea… Você vai para um nível superior. Pode ser alguma percepção, cognição, memória, pensamento, interação com uma pessoa. Ao interagir com uma pessoa sábia, nobre, reverenciada, naturalmente a mente se eleva, a mente fica etérea.

Qualquer medida aceitável que leve a mente a um nível superior é denominada dhyāna. Você pode não estar meditando, pode não haver meditação, “meditatividade”, mas haverá dhyāna. Esse é outro significado de dhyāna. Como disse, dhyāna não requer nenhuma qualificação. Não só não precisa de qualificação, como, na verdade, há uma forma de dhyāna que é imperativa, que realmente não requer qualificação, mérito etc. Dhyāna se torna mandatório para a vida no plano espiritual. É um dever.

Existe algo em nós que precisa de uma forma de dhyāna. Portanto, não há necessidade de qualificação, tampouco qualquer avaliação de sucesso ou fracasso. Muitos de nós fazemos avaliação da nossa meditação e frequentemente dizemos que nossa meditação falhou. Se, honestamente, você for o seu próprio auditor, dirá que sua meditação foi contraproducente ou até mesmo falhou. Isso cria perturbação em nossa mente. Se nossa meditação falhou, não podemos elevar nosso espírito, ficamos deprimidos, há desânimo. Por quê? Porque falhamos. Aqui, para aquele tipo de dhyāna onde nenhuma qualificação é considerada, sucesso ou fracasso não importam.

 

Dhyāna é essencial se alguém deseja ser um bom ser humano.

 

Você deve ter esse tipo de dhyāna. É um dever. Quando você está com fome e sede, por exemplo, não pode dizer: “Vou me abster de água e comida”, porque você sabe que precisa absolutamente disso. Quando você realmente precisa, você sacia sua sede e fome, não busca qualificação; muitas vezes você nem nota a qualidade ou o sabor da comida. Se você está com fome, morto de fome, você vai tentar engolir o que vier no caminho. Não consideramos gosto e desgosto. Do contrário, você pode ser exigente: “Eu não gosto disso… Eu gosto daquilo… Eu quero ter isso… Não quero aquilo etc.”. Pessoas que são muito exigentes sabem muito bem que não estão realmente com fome. Quando você está com fome, você vê algo que é comestível e come. Não há gostos ou preferências.

Portanto, há uma forma de dhyāna que é um dever. Por que é um dever? Vamos buscar considerar isso. Para tal, precisamos examinar mais de perto a nossa corporização.

Todo o seu corpo pode ser escaneado. Ressonâncias magnéticas e outras ferramentas podem rastrear o corpo… Mas, elas rastrearão tudo o que está em você? Elas conhecerão sua mente? Saberão por quê a mente é do jeito que é? Nenhum escâner ou mesmo um encefalograma ou tomografia computadorizada serão capazes de dizer porquê sua mente é do jeito que é! Isso não pode ser rastreado. Há tantas coisas que não podem ser rastreadas por raio-x ou processos químicos, testes laboratoriais, patológicos… Muitas coisas estão além do nosso alcance.

 

Há algo em nós que precisa de dhyāna.

 

Vamos buscar entender o que é isso em nós que busca dhyāna, um tipo de dhyāna, um modo de dhyāna. Novamente, repito que não há necessidade de qualificação. Você não precisa se qualificar, não precisa desenvolver nenhum calibre. É uma arquitetura aberta; é um conceito tão liberal. É uma ideia liberal de que dhyāna é um dever para que o ser humano se torne um bom ser humano. Vamos buscar considerar esse tipo de dhyāna, mas isso será para a próxima sessão. Por hoje, é suficiente. Muito obrigado! Namaskar!

 

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