SÉRIE: Educação em Yoga Online – Sessão 6

SÉRIE: EDUCAÇÃO EM YOGA on-line
por
Shri. Prashant Iyengar
Sexta sessão, gravada em 26 de abril de 2020
Ramamani Iyengar Memorial Yoga Institute
Transcrição livre, traduzida por Bruna Paez, revisada por Katia Dacosta, ABIY.

Namaskar! Estamos na sexta sessão de Educação através do yoga, pelo yoga, no yoga, sobre yoga.

Na quarta sessão, tratamos de como os yama-s e niyama-s são práticas ético-religiosas, precisamente chamadas de dharma achara, dharma niti mimansa, achara dharma niti pranali, e não práticas morais e éticas. Eu dei exemplos dos ensinamentos de Guruji onde ele abordava yama-s e niyama-s nos asana-s.

Deixe-me esclarecer: Guruji falou sobre a violação de ahimsa em Trikonasana. Isso realmente não significava que estávamos cometendo himsa na compreensão da linguagem ética e moral. Sabemos o que é himsa e ahimsa na estrutura ético-moral. No entanto, seria himsa em um asana, em uma parte do corpo, himsa na mente ou pela mente, himsa na respiração etc.

Esse himsa é totalmente diferente da ideia que temos de himsa nos princípios normativos. Mas, havia himsa, segundo Guruji. Quando estávamos fazendo nossos asana-s, estávamos cometendo himsa. Não quer dizer que éramos ferozes, como uma fera selvagem ou como um predador…

O parâmetro para compreender himsa e ahimsa é totalmente diferente quando estamos em Trikonasana ou em qualquer asana, pranayama ou quando estamos interagindo dentro de nós mesmos. Assim, no yoga, somos apresentados a himsa e ahimsa para nós mesmos e por nós mesmos, o que é muito importante.

No âmbito social, entendemos que himsa é cometer algo contra alguém: uma pessoa está em himsa e outra está sofrendo devido a himsa. É por isso que eles não são princípios normativos, porque ahimsa, satya, brahmacharya etc. são subjetivos, intra-pessoais, ao contrário dos princípios normativos, que são interpessoais. Há um aspecto interpessoal em todos os yama-s e niyama-s quando eles ocorrem na estrutura ético-moral, e aqui [o aspecto] é intra-pessoal.

Essa é mais uma razão para reforçar em sua mente que Patañjali não está falando de princípios normativos, porque ahimsa, satya, asteya podem ocorrer em pranayama, dharana, dhyana e até mesmo em samadhi. Não nos tornaremos predadores, tampouco ferozes e ainda assim, pode haver himsa.

Vou dar mais um último exemplo antes de concluir esse tema: suponhamos que há um bebê perto de mim e eu lhe dou uma beliscada leve. O bebê chora. A beliscada é uma aflição para o bebê. Mas, suponha que eu belisque com a mesma intensidade um adulto. O adulto não sente nenhuma aflição por causa disso. Para um frágil bebê, uma leve beliscada o fará chorar, mas para uma pessoa adulta, a mesma beliscada, com a mesma intensidade, pode não criar nenhuma aflição. Essa pessoa não irá chorar.

Dessa forma, o parâmetro de himsa tem muitos aspectos que também devemos considerar. Quando estamos em asana, pranayama etc., não estamos beliscando a nós mesmos para dizer que estamos cometendo himsa. Ainda assim, há himsa. Podemos não estar agoniados ou aflitos e, ainda assim, estaremos cometendo himsa. Portanto, são parâmetros totalmente diferentes para himsa e ahimsa, tanto no âmbito social, como no âmbito do yoga. De todo modo, o importante é que estes são princípios ético-religiosos.

A grandiosidade do Dharma

Após embarcarmos no conceito de dharma [na sessão 4], eu comparei brevemente dharma e religião e também trouxe a definição muito popular e famosa na filosofia indiana, que diz: “aquele que está caindo, aquele que caiu, aquele que está prestes a cair, aquele que pode cair… Aquilo que sustenta é dharma”.

Agora, o que significa “o que sustenta”? Compreenda esse conceito de sustentação: sustentar um morador de rua não é muito caro, não custa muito. Talvez você possa simplesmente oferecer uma barraca a essa pessoa e ela será sustentada, afinal, ela é uma moradora de rua. Mas, se um multimilionário, ou multibilionário precisa ser sustentado, você pode entender o custo disso. No que se refere à dimensão econômica, sustentar uma pessoa pobre é simples, sustentar uma pessoa muito rica é difícil.

Assim, o dharma sustentará um ser humano com uma mediana consciência do dever. Sustentar alguém que não possui consciência do dever é uma proposição inteiramente diferente do que sustentar alguém com um grau elevado de consciência do dever. O dharma sustentará muito bem este último. Este aspecto também deve ser entendido.

O dharma apenas nos sustenta? Isso significa, então, que precisamos apenas de sustentação, de sermos sustentados, para estarmos no mundo? Precisamos de muito mais do que mero sustento e, dessa forma, o conceito de sustento também é flexível e o dharma atenderá a tudo isso.

Há uma declaração no Dharma Shastra Grantha que diz: “Se você sustenta o dharma em um grau, o dharma o sustentará em centenas de graus”. Precisamos fazer pouco e ele fará muito. É dessa maneira e nessa proporção que o dharma funciona. Ele não é apenas recíproco, mas recompensador. Por isso, ele tem sido considerado como uma mãe. Você não precisa fazer muito para que sua mãe lhe dê em abundância. A mãe não tem uma mente mercantil onde o mesmo que ela recebe é o mesmo que ela dá. A magnanimidade da mãe é diferente. O dharma é considerado como essa mãe generosa. Ele não apenas sustenta, faz muito mais do que isso, possui essa magnanimidade.

Há uma definição [no Mahabharata] que diz:

dharmo rakshatiye rakshitah

 Se você proteger o dharma, ele o protegerá cem vezes, mil vezes, milhões de vezes. Essa é outra definição de dharma.

Como eu disse, não é suficiente sermos sustentados pelo dharma, precisamos de muito mais do que isso. Estamos todos vivendo neste mundo apenas para sermos sustentados ou buscamos algo a mais? Dharma também nos dá isso. Essa é outra definição de dharma. Existem várias definições de dharma.

Outra definição, encontrada no Vaisheshika Darshana, diz:

yatah abhyudaya-nihshreyasa-siddhih sa dharmah

O que é dharma? Onde conseguimos abhyudaya? Dharma não trata apenas de sustentar, mas de promover evolução, obter prosperidade. Abhyudaya é prosperidade. Você obtém riqueza em todos os mundos, em todos os planos onde vivemos. Dharma fornece abhyudaya em todos os sapta lokas [sete mundos]. Então, Dharma cuidará de nós, não apenas nos sustentando, mas promovendo abhyudaya. Abhyudaya nos enriquece. Além disso, ele nos dá nihshreyasa, a suprema bem-aventurança, a liberação final. Dharma tem tanto a nos oferecer em seu repertório que ele nos dará desde abhyudaya a nihshreyasa.

Papa e Punya

Este conceito de dharma é muito subjetivo. Um equívoco predominante é que punya [resultados positivos, méritos] é dharma e papa [resultados negativos, deméritos] é adharma. Papa-punya são um par que não correspondem ao mesmo par dharma-adharma.

Geralmente, [o conceito de] punya é universal. Vício é vício, em qualquer lugar, em qualquer momento. Virtude é virtude, em qualquer lugar, em qualquer momento, com poucas exceções. Em geral, sabemos o que são virtudes em qualquer lugar, em qualquer região. Então, sabemos o que são virtudes e o que são vícios nos seres humanos. Se há coisas ruins dizemos que são vícios; se há coisas boas, dizemos que são virtudes.

O homem foi dotado de inteligência para identificar papa e punya. Até certo ponto, temos a faculdade para identificar algo que é virtuoso, algo que é vicioso. Isso não está além da esfera da inteligência humana. Portanto, o que é papa e o que é punya pode ser determinado, afirmado, declarado e, também, compreendido. O homem é dotado de inteligência para entender vício e virtude. No entanto, o mesmo não ocorre no caso de dharma.

O Mahabharata tem uma citação maravilhosa, que diz:

dharmasya tattvam nihitam guhayarh

O dharma é decidido no âmago do coração. No âmago do coração, o dharma é decidido.

O dharma é bastante relativo, muda de pessoa para pessoa, mas papa-punya, não. O que é punya para mim, também é punya para você. O que é papa para mim, é papa para você. O que eu considero virtuoso, também é considerado virtuoso pelos outros. O que eu considero como vício também é considerado como vício pelos outros. Mas este não é o caso do dharma.

Dharmasya tattvam nihitam guhayarh – Na caverna profunda, esse complexo conceito de dharma é decidido.

Qual é o meu dharma e qual é o seu dharma é uma referência pessoal. O que é dharma para mim pode não ser dharma para você, mas o que é punya para mim é punya para você também. O que é adharma para mim pode não ser adharma para você, mas o que é papa para mim também é papa para você. Portanto, não confunda entre papa e punya e dharma e adharma.

Vou dar um exemplo de duas pessoas que estão lutando uma contra a outra, mas que, na verdade, estão ambas aderindo ao dharma. Nas discussões sobre o dharma, esse exemplo ocorre com muita frequência:

No Mahabharata, Bhishma lutou contra Bhagwan Sri Krishna, de quem era devoto. Bhishma era um devoto de Krishna. Seu nome foi mencionado como um dos devotos proeminentes de Narayana, de Krishna. Há uma longa lista: Prahlada, Narada, Parasara, Pundareeka, Vyasa, Ambareesha, Shuka, Sounaka, Bhishma… Bhishma está na lista, ele é um devoto. Mas no campo de batalha de Mahabharata, ele está lutando contra Bhagwan Sri Krishna. Ele não está do lado de Sri Krishna na batalha. Ele está do lado oposto. Esse é o seu dharma. Ele não estava em adharma. Era seu perfeito dharma posicionar-se contra Bhagwan Sri Krishna.

Por outro lado, no Ramayana, Vibhishana, outro devoto de igual calibre, porque seu nome também aparece naquele mesmo verso: Prahlada, Narada, Parasara, Pundareeka, Vyasa, Ambareesha, Shuka, Sounaka, Bhishma, Rukmangadha, Vasistha, Vibhishana. Vibhishana trai seu irmão, que está lutando contra Bhagwan Shri Rama, para juntar-se a Shri Ram. Ele luta ao lado de seu Bhagwan e isso é dharma. Bhishma luta contra Bhagwan e isso também é dharma.

O Dharma tem muitos outros fatores a serem considerados. Por isso, dharma é um conceito complexo. A Bhagavad Gita também diz que o karma, o princípio do karma, é muito difícil de compreender e entender. Não é que o dharma seja complexo; nós somos complexos.

Portanto, em uma das lições a seguir, tentaremos revelar o quanto nós mesmos somos muito complexos. Nós não somos simples. Nossa psique, nossa consciência, como seres humanos, é muito complexa. Todos os cães são cães, todos os gatos são gatos, todos os elefantes são elefantes, todos os leões são leões. Todos os seres humanos não são seres humanos.

Na estrutura da consciência, todos os seres humanos não são seres humanos. Às vezes, os seres humanos podem ser piores que uma cobra. Um ser humano pode ser pior que um leão, pode ser pior que um tigre, pode ser pior que um crocodilo. É por isso que a própria psique humana é muito complexa. Dizemos que o dharma é confuso, que nos confunde, que o yoga é um assunto muito complexo, sendo que nós é que somos complexos.

Portanto, no dharma niti mimansa, o dharma é muito importante. Hoje, estamos todos, na verdade, correndo aleatoriamente ao yoga. O yoga essencial está longe de nós… O yoga se tornou uma moda, e todos achamos que estamos fazendo yoga. Mas, há um verso no sexto capítulo da Bhagavad Gita que diz que para um neófito, para um principiante ainda cru, o yoga está em seu karma. Nós, ao contrário, fizemos do yoga um assunto tão técnico “pegue um tapete, pegue um prop, faça a postura desse jeito, faça tecnicamente dessa maneira”… Fomos ensinados a fazer a postura tecnicamente perfeita. Tornamos esse assunto muito, muito técnico.

Onde o Yoga começa para um iniciante?

arurukshor muner yogam karma karanam uchyate [BG, VI.3]

O yoga essencial começa quando o buscador tem consciência do karma. Quando o buscador tem consciência do karma, isto é, ter, até certo ponto, alguma consciência do dharma. Mais consciência do que é certo e errado em relação ao dharma do que o que é certo ou errado do ponto de vista técnico. Você, do contrário, dirá que alguém está fazendo Trikonasana certo ou que alguém está fazendo Trikonasana errado. Isto é certo e errado tecnicamente, mas o yoga não está aí, nesse senso de correção. O yoga não se encontra aí.

Para um principiante, onde [o yoga] está? Karma karanam uchyate. Na consciência do karma, ou seja, no meu achara dharma niti. Na postura, eu posso não estar certo, mas se estou certo no meu dharma niti, eu deveria ganhar mérito. Posso estar certo tecnicamente na postura, mas se estou errado no meu dharma niti, achara dharma niti, eu não deveria ganhar mérito.

Assim, o yoga está todo no dharma.

Essencialmente, o yoga começa quando você está consciente do certo e do errado, tanto relativa, como absolutamente.

Sua consciência deve ser pura para que seu yoga seja puro. Não é porque sua postura está pura, correta e perfeita ou que seu pranayama está certo que, portanto, você estará certo.

Nas dinâmicas humanas, a intenção, o impulso, o motivo são muito importantes. Você não pode simplesmente avaliar uma pessoa por sua atividade, seja uma atividade certa ou errada. Pode ser uma atividade certa, mas com um impulso errado. Em todo caso, será uma atividade errada, porque o movimento, a direção, o próprio motivo, está errado. Então, antes de tudo, o motivo deve ser apropriado, a intenção deve ser adequada, justificável.

Vou lhe dar um exemplo: um discípulo vai a um acharya [preceptor] e diz que seu colega sabe a Bhagavad Gita de cor e que, então, ele também quer aprendê-la. Observe a intenção: o meu colega sabe a Bhagavad Gita de cor e eu não. Como o considero um concorrente, eu também quero saber. Então, ele diz ao acharya: “Eu quero saber a Bhagavad Gita de cor”. Esta é uma boa intenção, conhecer a Bhagavad Gita de cor. Mas quando o acharya investiga: “Por que lhe ocorreu isso hoje?” e o discípulo diz: “Porque meu colega sabe”. Então o acharya lhe diz que este não é o momento de aprendê-la. Porque a sua intenção não é boa, ela o levará a agir errado.

Primeiro, é necessário corrigir a intenção. O acharya lhe diz: “É uma boa intenção saber a Bhagavad Gita de cor, mas eu o aconselho a não seguir com isso agora. Espere por um tempo, deixe que essa natureza competitiva dentro de você se acalme. Não tenha essa abordagem competitiva para aprender a Bhagavad Gita”. Então, ele impede que o discípulo embarque na Bhagavad Gita, ele lhe diz para aguardar, fazer isso em outro momento, não agora. Esse não é o momento para embarcar nisso. Compreenda que essa recomendação acontece em razão de a intenção não ser correta.

Examine suas intenções

Existe uma máxima [Brihadaranyaka Upanishad, IV.4.5]:

yatha… tatkratur bhavati tat karma kurute
yat karma kurute tadabhisampadyate

Conhecemos essa máxima: você colhe aquilo que planta. Essa não é uma máxima perfeita e precisa. Não é o que você planta que você colhe… Conforme você tem um impulso, você planta. Você planta, então você colhe. Por trás do semear, nós temos uma intenção. Mas, se a intenção não for correta, o que quer que você semeie, não será correto e o que quer que você colha, pode não ser o correto.

Como estudantes de yoga, precisamos entender que o primeiro passo é identificar se algo é certo ou errado. Primeiro, cheque a sua intenção, o seu impulso. Isso é muito importante, porque esse é o primeiro fator que deve estar certo. Se este não estiver certo, tudo será um caos.

O dharma nos fala sobre examinar nossas próprias intenções: Por que estou fazendo algo? Por que sinto vontade de fazer algo? Qual é a intenção? Qual é a motivação? O yoga nos dirá. O yoga clássico nos dá essa consciência. Ao preparar-se para o yoga clássico, você está se preparando para desenvolver esse tipo de investigação. Não basta fazer coisas boas. Por que você está fazendo coisas boas? Se estou fazendo coisas boas porque meu rival está fazendo e eu quero competir com ele, essas coisas boas não são tão boas assim.

A intenção e a motivação são tão importantes… São a fonte do nosso karma. Dharma nos fala sobre isso. O yoga começará a lhe ensinar que você deve desenvolver a consciência do karma. Enquanto você não desenvolver essa consciência, o seu yoga clássico não começará. Tudo será apenas uma preparação.

Por isso é que o dharma niti mimansa é tão importante no yoga e todos os seus aspectos práticos estão completamente inseridos na estrutura das práticas ético-religiosas. Desde ahimsa, o primeiro dos yama-s, até asamprajña samadhi, o último dos ashtanga, todos são achara dharma niti mimansa. Essa é mais uma dimensão do dharma.

Uma vez que você está no yoga, o processo de yoga é tal, que você sempre buscará examinar as suas dinâmicas. O que são dinâmicas? Não se confunda entre atividades e dinâmicas. Atividades são meras atividades. O que são dinâmicas? Impulso, motivação, movimento, execução, propósito… Tudo isso tem que ser avaliado. Devemos assegurar que tudo isso esteja adequado. Então, nas dinâmicas, busque considerar isso.

Na quinta sessão, me referi à afirmação de Guruji de que seu yoga era meditação dinâmica. O que é dinâmica? Dinâmica vem do conceito de dharma. O cerne da prática de Guruji estava no dharma, não em seu fervor e entusiasmo, não no desafio ou em qualquer motivação, mas no dharma. Portanto, o dharma niti mimansa é tão central em todos os aspectos práticos do yoga. Gostaria de adicionar mais essa dimensão.

Isso é tudo por hoje, mas antes de deixá-los, deixe me lidar com uma pergunta que me foi abordada:

Surya Namaskar é uma [prática de] yoga completa?

É suficiente apenas fazer Surya Namaskar-s? Isso se tornará um yoga integral?

Em resposta a esta pergunta: Surya Namaskar é Surya Namaskar. Yoga é Yoga. Embora haja alguns yogasana-s que você identifica no Surya Namaskar, isso não o torna yoga.

Fundamental e basicamente porque Surya Namaskar é um movimento. Você está em movimento, ele deve ser feito em movimento. O movimento se torna primordial em Surya Namaskar. Enquanto que, no yoga, quando se trata de asana-s, sthira sukham asanam [YS, 2.46], a firmeza é importante, ao passo que, em Surya Namaskar, o movimento é importante.

Surya Namaskar é bom como uma forma de exercício e, além disso, é uma boa forma de coordenar corpo, mente e respiração, porque, quando em movimento, é uma proposição diferente coordená-los.

E, é claro, Surya Namaskar-s são adorações ao Sol. Basicamente, se você reverencia o Sol, você deve reverenciar o Sol, você deve saber por que deveria reverenciar o Sol. Portanto, Surya Namaskar deve ser samantraka e, assim, trará maiores benefícios do que um mero exercício corporal sobre o tapete. Devem ser saudações ao Sol. Você deve saudar o Sol enquanto o faz e, então, o seu valor será incrementado.

Mas, Surya Namaskar-s não são nem ao menos um yoga incompleto, sequer são yoga. Porque no yoga você precisa estar firme – sthira sukham asana. A prática meditativa do yoga deve estar estável – samam kaya siro grivam dharayann achalam sthirah [BG, VI.13-14]. É estipulado que você deve sentar-se reto, estável, ereto, firme, imóvel, enquanto que, em Surya Namaskar, você tem que fazer movimentos. Portanto, não confunda Surya Namaskar-s e yoga.

Embora se diga que esses são todos asana-s, eles não o são. Algumas posturas ióguicas estão presentes [no Surya Namaskar], mas para que se tornem asana-s, deve, supostamente, haver permanência, as posturas devem ser mantidas. Há muitas outras implicações e nuances para [qualificar] um yogasana. Quando [as posturas] ocorrem no Surya Namaskar, não estamos aderindo a nenhuma delas [implicações e nuances para qualificar um yogasana] . Portanto, Surya Namaskar é bom, tem sua própria virtude, mas não deve ser confundido com yoga.

Espero que isso satisfaça a quem fez a pergunta. Muito obrigado! Namaskar!

 

Gostaria de ver a próxima sessão?

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